domingo, 22 de abril de 2012

DNA artificial descoberto por pesquisadores da Inglaterra


O estudo publicado na revista científica Science foi liderado por um brasileiro. O DNA sintético é muito mais estável, o que facilita a aplicação em estudos terapêuticos.

Pesquisadores na Inglaterra conseguiram criar um DNA artificial, uma estrutura que não existe em nenhuma criatura viva. O estudo publicado na revista científica Science foi liderado por um brasileiro.
O laboratório de biologia molecular do Conselho de Pesquisas Médicas de Cambridge, na Inglaterra, é um dos principais centros de estudos científicos do planeta. No local, trabalha o bioquímico brasileiro Vitor Pinheiro, responsável pela pesquisa que pode revolucionar os tratamentos baseados no conteúdo do DNA, o componente da célula que guarda todas as informações genéticas do organismo.
É o DNA sintético, feito a partir da alteração em laboratório de um dos componentes químicos do DNA comum. Os cientistas substituíram um dos elementos da molécula - o "d" do DNA - por outras substâncias, mas preservaram a capacidade de armazenar e transmitir informações.
O DNA sintético tem um poder extraordinário de se manter ativo. É muito mais estável, o que facilita a aplicação em estudos terapêuticos.
A descoberta que os cientistas, liderados pelo Dr. Vitor Pinheiro, fizeram no laboratório em Cambridge pode abrir caminho para o tratamento de doenças como leucemia e câncer de próstata e de mama, bem como facilitar a pesquisa com células-tronco. Isso será possível porque o DNA sintético, ao contrário do DNA natural, resiste às defesas do organismo, facilitando o seu uso em terapias de longa duração.
Assim, a nova molécula pode interagir com as células, funcionando como um remédio.
“O que nós fizemos foi desenvolver um novo atalho para a produção de drogas. É que as moléculas que podemos isolar já são protegidas. Então já tem uma resistência maior dentro do corpo humano. E, por isso, tem maior potencial terapêutico”, explica o bioquímico.
A descoberta traz ainda consequências astrobiológicas. Se podem existir organismos baseados em novas moléculas além do DNA, as formas de vida que encontrarmos algum dia em outros planetas poderão ser bem diferentes de tudo que já imaginamos.